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Félix Novaes, Advogado
Félix Novaes
Comentário · há 5 anos
hodiernamente temos visto um judiciário bem pro-ativo. Vislumbrem que se está fazendo vista a produtividade do Magistrado, fato que reputo louvável. É de suma importância que o Judiciário como Administração busque a melhora dos resultados jurisdicionais. N'outra quadra, a celeridade esbarra na qualidade do serviço que foi prestado, de igual forma reputo importantíssima observação a qualidade dos serviços (não basta arquivar sem resultado prático) .

Entretanto, no tocante ao caso, aparentemente pelo narrado o Magistrado se "capacitou" durante um período que em tese deveria estar trabalhando e por conta do processo administrativo teve "severos abalos" de ordem psicológica. Quem somos nós para duvidar? Infelizmente gera um pouco de perplexidade as penas impostas a categoria. Sê numa empresa privada a inatividade, ou produção a quem do mínimo esperado se reduziria num resultado demissão. Numa banca de Advogados talvez o mesmo ocorreria se o causídico assim procedesse. Quando um profissional liberal como médico, arquiteto, advogado, extrapolam sua atuação, ou o fazem com ineficiência o próprio mercado se encarrega de excluí-lo. Em casos graves perde até o direito de exercer a profissão.

Bom , as penalidades impostas aos Magistrados decorem da Lei e a lei devem ser seguida. Por outro lado, no campo moral acredito que para muitos vêm questionamento se essas penalidades tem de fato uma carga coercitiva capaz de imputar ao agente transgressor o desejo de não mais praticar o ato tido como inadequado.

Aguisa de exemplo o procurador Rodrigo Janot disse que sentiu vontade de matar um juiz, rapidamente "foi impedido" de advogar ou melhor "entregou voluntariamente" a tal carteirinha. Talvez se estivesse na ativa seria aposentado compulsoriamente ou teria uma suspensão, ou algo do tipo. Eu não estou aqui a defender o Dr. Janot, penso que apesar de humano seu reflexo (foi ele que viveu a situação fática), como um homem vivido e acostumado com o ambiente judicial deveria ser sopesado a revelação. Moralmente é difícil traçar um paralelo lógico entre as punições de uma classe e de outra. Aparentemente a OAB é muito severa com seus membros que transgridem as normas, ou as outras classes profissionais são mais brandas.

O fato é que no nosso país estamos precisando de pessoas que realmente querem fazer a diferença, pessoas que querem trabalhar. Penso que o Brasil tem acordado para uma nova era, onde não se tolerará antigos hábitos, inclusive os que estão positivados. Em que pese eu não concordar com "punições" que em sua essência não servem de reprimenda, me sinto feliz de ver uma notícia assim. Explico, não estou feliz com a punição do Magistrado, pelo contrário torço que ele prove diante do devido processo legal que o Tribunal está equivocado. Meu regozijo refere-se ao fato dos Tribunais estarem acordando para a necessidade de haver qualidade e eficiência na prestação jurisdicional.

Em um futuro próximo quero ver a notícia que os Tribunais abriram suas portas a um planejamento participativo com os advogados, comunidade, entidades como sempre deveria ser. O Poder judiciário é um Poder da República, mas todo poder emana do povo. Daí, a participação das entidades, da sociedade nas ações do Judiciário é importantíssima.

Por Artur Félix
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Félix Novaes, Advogado
Félix Novaes
Comentário · há 5 anos
Esse é o nosso Brasil, sempre com saídas "criativas" para um problema grave. Eu não me surpreenderia que a medicina num futuro próximo também seja assim. Desse modo ninguém poderá reclamar que ficou sem médico ou no caso do advogado, sem defesa. Entretanto, um dia a conta chega. Já estamos abarrotados de cursos jurídicos, temos mais juristas que clientes. Penso que todos os cursos devem ter ser ingresso democrático, apartidário, sem cor, sem raça,mas meritocrático.

Infelizmente temos hoje muitos graduados oriundos de uma política de aproveitamento de notas, emergentes do ensino médio e fundamental. Esses alunos pagam um severo preço hoje, são deficientes em diversas áreas da linguagem, escrita, exatas etc. Imagine-se a junção de um ensino de base ruim, somado a uma graduação péssima, o que poderemos obter?

Como assentei anteriormente, acredito que a graduação deva ser democrática em seu sentido mais amplo, entretanto manter a qualidade impar e indiscutível se deve ter como norte. Por outro lado, vivemos no Brasil, queremos os números e a solução rápida. Lastimavelmente educar pessoas leva tempo. Nossas mãe demoraram ( em tese) 18 anos para nos educar, e ainda assim cometemos erros bobos. Devemos parar e pensar num brasil daqui a 50 anos e não 5 anos.

Outra preocupação será o "preconceito" dentro do próprio meio jurídico. Nos dias de hoje já existe o "preconceito" entre números de OABS ( quem é o mais antigo). Já pensou como será com os advogados formados a distância . O mundo jurídico tende a ser cruel. Penso que o MEC poderia ser mais efetivo em melhorar o acesso para a graduação com o FIES, ou outra forma de ingresso, mas garantir que o estudante saia apto a minimamente ser aprovado no exame da ordem. Sabemos que o exame da ordem é rígido, mas não é impossível. Em suma, o caminho mais curto nem sempre é o melhor. Tenho observado que o brasileiro não quer mais número, ele quer qualidade.

Sei que muitos EADs são de excelência, mas com todo respeito principalmente na advocacia nada melhor que a prática para revelar um novo mundo. O acadêmico tem uma árdua tarefa de cotejar a academia com o mundo prático. Eu sei que as tecnologias estão aí, mas o Direito é uma matéria humana, feita por fatos humanos e somente vivendo com humanos a habilidade de compreende-los se torna um pouquinho mais fácil.

Assistir um vídeo gravado de uma matéria, ou poder travar um debate com o professor e os colegas para mim é isso que cria um jurista. O debate e a dialética produzem um indivíduo crítico e versátil para resolver problemas. Eu não sei se o mesmo resultado se produziria se mantivéssemos um jovem saído do ensino médio assistindo vídeos com teorias prontas se despertaria algum senso crítico ( característica fundamental do operador do Direito). Talvez teríamos conceitualistas sendo produzidos em massa. N'outra quadra, um profissional que já passou por essa fase inicial ( formação do senso crítico jurídico), no meu sentir já está mais apto a desenvolver-se através de videos, pois já tem uma bagagem mínima. Posso estar errado, mas esse é o meu pensamento hoje, quem sabe eu me surpreenda com novos modelos.

Por Artur Félix Gonçalves
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Félix Novaes, Advogado
Félix Novaes
Comentário · há 5 anos
Me recordo que em 2006 ficava esperando os julgamentos do STF, eu não sei hoje, mas na época no 2º ou 3º período de Direito os julgamentos do STF eram obrigatórios na academia. O tempo se passou e um livro aqui, uma causa ali e começamos a nos dar conta como nosso sistema precisa ser aprimorado.

Esse julgamento do STF sobre as alegações finais é prova disso. Nosso processo é uma colcha de retalhos não tem uma firmeza necessária para garantir o devido processo legal. Ora se o
CPP estivesse atualizado essa discussão jamais existiria. Precisamos urgentes de leis que de fato conduzem a justiça. A advocacia brasileira precisa se dedicar as teses e não as falhas da lei.

A lei deve ser "perfeita" ao fato sociojurídico que se destina. Precisamos de leis claras e precisas e não de leis que aparentemente já nascem fadadas a dar guarida a interpretação multitudinária. Quando tivermos leis nesse quilate o juiz, o advogado poderá se preocupar com a eficácia da lei, se ele foi cumprida ou não. Hoje na prática o operador do Direito deve atentar-se ao fato perpetrado, a lei se é de qualidade, se não tem brechas etc. Trata-se de fatores que empobrecem o debate jurídico , que deveria ser permeado pelo fato sociojurídico no cotejo da legislação.

A esperança é a última que morre!

Por Artur Félix - Advogado
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Félix Novaes, Advogado
Félix Novaes
Comentário · há 5 anos
Olá Jusbrasileiros... a arte de escrever uma boa peça, é um mistérios, ainda mais nesses tempos digitais. Eu vejo muitos ensinarem a fazer peças como receita de bolo. Bom, a receita já está no CPC, dela não há como fugir. Vou direto ao ponto, já pegou um processo pela metade? Aquele que outro advogado fez a inicial e por algum desentendimento com o antigo advogado o processo parou na sua mão.

É nessa hora que você descobre que a peça inicial não é uma receita de bolo. É seu estilo. Seu jeito de ver o caso, sua impressão técnica do assunto. É verdade que muitos colegas "jurisprudenciam" ou escrevem de menos. Para mim, a peça inicial além de mostrar para o que o advogado veio, firma a impressão inicial do juiz e do cartório. É o momento de falar tudo que deve ser falado.

Com essa visão eu penso que petição inicial, assim como as decisões dos juízes são obras quase que de arte, é a impressão técnica do fato social. Realmente exageros devem ser contidos, mas a arte de escrever tecnicamente nunca poderá ser suprimida porque o juiz só lê até 10 laudas. O desafio é escrever 20, e prender a atenção do juiz para leitura das 20 laudas, sob pena de desafiar a decisão com recursos em face da omissão do julgador em determinado ponto (aquele que se deixou de ler).

O desafio é somente este meus estimados, a questão é qualidade e substancia jurídica na petição, sem perder o brilho pessoal do Advogado. Eu ainda, estou aprendendo e quero continuar, mas acredito que nunca conceberei que o Advogado seja tolhido de escrever, peticionar o que for necessário para defesa de seu cliente. Parabenizo a atitude de buscar qualificar e aparar as arestas e exageros comuns em nossa profissão.
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Félix Novaes, Advogado
Félix Novaes
Comentário · há 5 anos
Nessa quadra pelo que entendi, a Advogada defendia o próprio marido e "acusou" o delegado e o juiz de "protelarem" o feito. Com isso, ofereceu queixa - crime. Bom, de início eu penso que o direito penal não é resposta de tudo e para tudo. Qual Advogado nunca reclamou para sí ou para colegas da demora do judiciário? Ou até em uma petição, informando ao juízo que o feito estava paralisado a x meses, ou até anos.

Eu não sei os termos usados para a famigerada reclamação da Advogada, mas acredito que apontar uma insatisfação não possa gerar um crime. Talvez uma palavra mais firme, ou mal colocada, caracterize uma falha no trato ou comportamental resolvível na OAB. E em se tratando do marido, emoções estavam envolvidas.

Como disse, eu não conheço o caso, mas fico preocupado com a postura do Advogado mais eloquente, ou com palavras mais firmes em uma petição possa causar o encarceramento de colegas Brasil a fora. Afinal, os Advogados por mais numerosos que sejam não tem o poder da caneta, ou as prerrogativas do serviço público. Apenas podem peticionar e reclamar.

É preocupante, se virar moda... Em suma, cada dia é mais desafiador exercer essa profissão. Quando leio as palavras imperativas e firmes de Rui Barbosa me pego a pensar: quantos processos ele responderia hoje por ser tão eloquente? Não devendo a advogada, como disse havia sentimentos envolvidos e a tendência é de uma atuação mais fulgurosa, contudo me gera preocupação esse tipo de resposta.
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Félix Novaes, Advogado
Félix Novaes
Comentário · há 6 anos
Inicial perfeita... se aqui tivesse emotions eu colocaria a carinha pensativa. O perfeito é quase um mito no Direito, meio utópico. Isso porque a petição inicial além dos requisitos legais do 319 do CPC deve conter a marca do Advogado. Temos profissionais que atuam das mais diversas formas. Uns escrevem mais outros menos, outros preferem "jurisprudênciar". Mesmo havendo todos esses recursos para demostrar sua tese o importante é você ser você...ter sua marca pessoal seu senso crítico sobre os fatos e não repetir o que os tribunais já falaram. A liberdade para escrever e defender ideias jurídicas nunca poderá ser suprimida, sob pena de extinção da advocacia. Assim, na minha opinião petição perfeita é aquela que atende o interesse do cliente, é fiel ao pondo de vista e tese do Advogado e mesmo desafiando a Lei ou a Jurisprudência tem o viés de fazer Justiça. Afinal, juramos ao sermos Advogados fazer Justiça. A iniciativa é ótima, mas espero que venha para ampliar o senso critico do Advogado e não engessa-lo em regras que obstarão sua liberdade de pensar e argumentar.
Abraços
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